domingo, 31 de maio de 2009

Na EMOtividade!




Quanto mais a vida insiste em me lapidar, mais imperfeita me torno. (Shirlene Oliveira)


Somos todos coadjuvantes. E no tablado da vida, não há protagonistas, senão meros figurantes. (Shirlene Oliveira)


Saudade é a evidência de que somos mortais. (Shirlene Oliveira)


O ser humano é mesmo a máquina mais complexa de todas. Basta milimétricos arranhões no ego, pra se desconstruir toda uma personalidade. (Shirlene Oliveira)


Prolixidade é o escudo daqueles que não têm solidez de opinião. (Shirlene Oliveira)


Aprendi que não importa quanta habilidade tenhas, se manuseares a tua espada para o mal, nem mesmo uma armadura de ouro te livrará da lei da Física. (Shirlene Oliveira)


Há uma linha tênue entre a apatia e a mediocridade. A impassibilidade não está atrelada à diplomacia, mas a incapacidade de se afirmar enquanto SER. (Shirlene Oliveira)


Se a mão que embala o berço é a mesma que governa o mundo, então sofremos de epidemia congênita! (Shirlene Oliveira)


Não existe fronteiras entre o bem e o mal, eles coabitam no mesmo sentido, porém, direção opostas. (Shirlene Oliveira)


Já não há bases suficientes pra neutralizar a acidez da sociedade. (Shirlene Oliveira)



sexta-feira, 29 de maio de 2009

B-day, a contabilidade dos anos.





Hoje, impreterivelmente hoje, acordei com a alma mais leve e o rosto mais enrugado. Como se pudesse abarcar nas mãos a responsabilidade do mundo inteiro.
Ao fechar os olhos, tive a sensação de estar numa sala de cinema e ver meus vinte e quatro anos passar em flashes fracionários de segundo.
Não sei se rio ou se choro, mas sei que é preciso seguir!
A vida é como a contabilidade. É preciso fazer investimentos à curto e longo prazo. Alguns são determinados por você, outros pelas circunstâncias, mas há sempre a necessidade de se estabelecer prioridades.
Há certos lançamentos que não podemos estornar. Assim como numa transação comercial de alto risco, ou você estuda bem as estratégias do jogo, ou põe em xeque seu montante.
Amedronta a possibilidade de se passar uma vida inteira especulando. E como se não bastasse o pavor, será você o responsável por contabilizar os custos, classificar receitas e despesas, finalizar o seu balanço patrimonial, e emitir um parecer com duas possibilidades apenas: a de déficit ou superávit.
Se sua vida é o negócio mais importante, evite diligentemente um passivo à descoberto, pois você é o contador, no final e afinal.

sábado, 23 de maio de 2009

Camaleoa.




Era uma vez uma garota que tinha um mar de sonhos e um oceano de desilusões...

Um dia, essa garotinha medrosa saiu pra caminhar à noite, e foi su
rpreendida por uma forte tempestade.

Ela temeu, se escondeu, foi procurar abrigo.

Era inevitável não sentir frio, pois ela estava sozinha.

Não encontrando onde pudesse se refugiar, ela resolve enfrentar a tempestade e sair de um suposto "abrigo" que de nada lhe protegia, e ainda lhe era inconfortável.

De repente, alguns figurantes aparecem na cena...

Eles a observam, resmungam entre si.

E aquela que antes tudo temia, agora os comove com tamanha ousadia.

Sim, é ela. Aquela garota covarde, que agora brinca e valsea com a chuva!




segunda-feira, 18 de maio de 2009

(Re)vestindo os Estereótipos!



É paradoxal pensar que no século da informação ainda haja tanta gente (des)informada, limitada e completamente ignorante. Ou que o avanço da tecnologia e a difusão dos meios de comunicação em massa não sejam suficientes para erradicar alguns problemas de cunho socio-cultural.

É tão mais fácil transportar as montanhas do Himalaia, que (des)
construir mitos enraizados, quebrar paradigmas e convenções pré-estabelecidas.

Não há nada mais sórdido do que se pensar a vida como uma grande enciclopédia de conceitos prontos, cujas filosofias instantâneas para nada servem, a não ser alimentar ainda mais a ignorância dos tolos.

(Re)pensar conceitos, crenças, dogmas, filosofias e valores deveria constituir um check up obrigatório!

Cresci ouvindo que chapeuzinho vermelho era boazinha, inocente, medrosa. Hoje, (re)
contaria a mesma estorinha, só que invertendo os papéis. Na minha versão, a chapeuzinho é loira, linda, diabólica e vilã. Já o lobo mau, que de mau não tem nada, seria calmo, gentleman e altamente " benevolente", vulgo idiota.

E o que dizer de uma cinderela que passa a vida toda esperando por um príncipe idealizado? De um Peter Pan que vive de utopias? Ou de uma Alice ingênua, completamente submissa às premissas de um coelho manipulador?

À parte os contos de fada, de posse do concreto e com os dois pés bem ficados no chão, os sonhos mais parecem surtos fantasiosos do que a aeronave que te permite ir à outra dimensão.

É nesse contexto ilusório que muitos têm construído suas verdades.

A desproporcionalidade está não no peso que se atribui a certas questões, mas no simples fato de você fugir ou não à regra, quebrar convenções, desconstruir esteriótipos.

Mas até que ponto somos realmente livres?
Será que nossas concepções são tão "autênticas" assim?
Ou será que são verdades camufladas? Aquelas que escondemos a todo custo somente pra manter o ar de 'revolucionário', 'vanguardista', 'moderninho' e outros mais?!




Kings Of Convenience

If my life had sound-track, certainly it would be some of these songs. Because they are my favorite ones!

***

Winning a battle, losing the war

Even though I'll never need her,
even though she's only giving me pain,
I'll be on my knees to feed her,
spend a day to make her smile again.
Even though I'll never need her,
even though she's only giving me pain.
As the world is soft around her,
leaving me with nothing to disdain.
Even though I'm not her minder,
even though she doesn't want me around,
I am on my feet to find her,
to make sure that she is safe and sound.
Even though I'm not her minder,
even though she doesn't want me around,
I am on my feet to find her,
to make sure that she is safe from harm.
The sun sets on the war,
the day breaks and everything is new...


listen: http://www.youtube.com/watch?v=TBJnUT3XZTE





tradução: Vencendo uma batalha, perdendo a guerra


Mesmo que eu nunca precise dela,
Mesmo que ela só esteja me causando dor,
Eu ficarei de joelhos para alimentá-la
Perderei um dia para fazê-la sorrir novamente
Mesmo que eu nunca precise dela,
Mesmo que ela só esteja me causando dor,
O mundo é suave em volta dela,
Deixando-me com nada para desdenhar

Mesmo que eu não seja o protetor dela,
Mesmo que ela não me queira por perto,
Eu estou de pé para encontrá-la,
Pra ter certeza de que ela está segura
Mesmo que eu não seja o protetor dela,
Mesmo que ela não me queira por perto,
Eu estou de pé para encontrá-la,
Pra ter certeza de que ela está segura

O sol se põe na guerra,
O dia nasce e tudo é novo...


***


Homesick


I lose some sales
And my boss won't be happy
But i can't stop listening to the sound
Of two soft voices blended in perfection
From the reels of this record that i found

Every day there's a boy in the mirror
Asking me
What are you doing here
Finding more that previous motifs
Growing increasingly unclear

I travelled far and i burned all the bridges
I belived as sooned as i hit land
All the other
Options held before me
Wither in the light of my plan

So i lose some sales
And my boss won't be happy
But there's only one thing on my mind
Searching boxes underneath the counter
On a chance that on a tape i'd find

A song for
Someone who needs somewhere
To long for

Homesick
Cause i no longer know
Where home is


listen: http://www.youtube.com/watch?v=d7BKXfpa7UY&feature=related





tradução: Saudades de casa


Eu perdi algumas vendas
E meu chefe não ficará feliz
Mas eu não consigo parar de ouvir o som
das duas vozes macias misturadas em perfeição
da rotação deste disco que eu encontrei

Todo dia tem um menino no espelho
me perguntando
O que você está fazendo aqui?
Achando mais que motivos anteriores
Ficando cada vez mais obscuro

Eu viajei longe e queimei todas as pontes
Eu acreditei assim que eu cheguei
todas as outras
opções colocadas diante de mim
murcham na luz de meu plano

Então eu perdi algumas vendas
E meu chefe não ficará feliz
Mas só tem uma coisa na minha cabeça
Procurando caixas embaixo do balcão
Com chance de que numa fita eu encontraria

Uma música para
Alguém que precisa de algum lugar
para desejar

saudades de casa
Porque eu não sei mais
onde é o lar





domingo, 17 de maio de 2009

Piece of me


You're the person who I love inside, outside and anyway! :*



Porque não existe nada no mundo mais gostoso do que teu abraço.

Que contemplar o céu da janela do carro numa manhã nublada, ao som de Kings of Convenience, enquanto você dirige.

Que receber cafuné e todos os mimos possíveis. Porque só você atende a todos os meus caprichos, sejam eles os mais fofos, ou nem tão fofos assim! ;p

Que os teus olhos serenos cravados na minha pupila.

Que teu sorriso maroto.

Que sua voz doce e suave aos meus ouvidos.

Que suas mãos aquecendo as minhas num dia frio.

Que comer lasanha com você me servindo.

Que degustar vinho em sua companhia.

Que brincar de te derrubar no chão, rolar e fazer cócegas.

Que receber de ti qualquer demonstração de afeto, e por mais singela que seja.

Que dançar na chuva contigo, ainda que isso signifique ignorar qualquer possibilidade de contrair uma pneumonia. =D

Que sorrir das nossas mancadas, ou dos nossos desatinos.

E a cada contradição nossa, eu só me convenço ainda mais de que somos mesmo dois opostos.

Um de Mercúrio, o outro de Plutão.

E daí, a física explica: desde quando dois opostos se repelem?! ;D



Poeta x Sociólogo: O Duelo de Titãs!

A falta de sentido pessoal - a sensação de que a vida nada tem a oferecer - tornou-se um problema psíquico fundamental na modernidade tardia. Citação retirada da capa do livro Modernity and Self-Identity: Self and Society in the Late Modern Age (título original), published in 1999 by Polity Press - Oxford/England.
Não é preciso ser um grande expert em psicologia pra perceber a concepção do EU trabalhada na poesia de Fernando Pessoa. Há mais de identidade na poesia do Pessoa, que nas construções prosaícas do Giddens! Isso é fato, notório e incontestável. Não é a toa que o poeta recebe a alcunha de pai dos pobres, sempre preocupado com as questões sociais e individuais do universo humano. Tal descrição o coloca em sintonia com Anthonny Giddens, considerado o "filósofo social inglês mais importante de nosso tempo".
Para Giddens, o "isolamento existencial" não é tanto uma separação do indivíduo em relação aos outros, mas uma separação entre o indivíduo e os recursos morais necessários para se viver uma existência plena e satisfatória.
"A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo." (F. Pessoa)
Eis concepções díspares acerca do que vem a ser 'isolamento'. Para o primeiro, é uma questão condicional, imposta ou definina pelos sistemas abstratos [meios, sociedade]; enquanto que para o outro, isolamento nada mais é que um conchavo consigo mesmo, opcional, uma escolha individual.

Se o Giddens é teoria, e a poesia do Pessoa empirismo literário aplicado, então, quem leu quem?! :D




"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma."
(...)


***


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ...

Que já têm a forma do nosso corpo ...

E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aosmesmos lugares ...

É o tempo da travessia ...

E se não ousarmos fazê-la ...

Teremos ficado ... para sempre ...

À margem de nós mesmos..."







"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..E lembra-te: TUDO O QUE CHEGA, CHEGA SEMPRE POR ALGUMA RAZÃO."



***

"Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,

Mas porque a amo, e amo-a por isso

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem sabe por que ama, nem o que é amar..."




"Ler é sonhar pela mão de outrem. Ler mal e por alto é libertarmo-nos da mão que nos conduz. A superficialidade na erudição é o melhor modo de ler bem e ser profundo."




"Não deixe que a saudade sufoque,

que a rotina acomode,

que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e

acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando,

fazendo que planejando,

vivendo que esperando

Porque, embora quem quase morre esteja vivo,

quem quase vive já morreu."




***



"Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,

Mas porque a amo, e amo-a por isso

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem sabe por que ama, nem o que é amar..." :)





sexta-feira, 8 de maio de 2009

Viver é ETECÉTERA...

"Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz!"
[Todo Carnaval Tem Seu Fim - letra de Marcelo Camelo, interpretada por Los Hermanos.]





É engraçado como somos muitas vezes encurralados pela vida a protagonizar papel que não queremos; a atuar com quem não desejamos; vestir figurino incoerente; improvisar cenários e editar o roteiro centenas de vezes.
É fácil nos imaginarmos artistas, difícil é se manter no tablado!
No picadeiro da vida, ou se rir por espontaneidade, ou chora com fragilidade. Não há truques, falsetes ou dublês.
Enquanto algumas pessoas sofrem por falta de personalidade, outras a têm em excesso.
Existem os destemidos que se aventuram de cara limpas, mas também existem os que pintam o rosto.
Eis a ARTE na D-I-V-E-R-S-I-D-A-D-E!!
Todo quadro tem algo a dizer, depende de quem olha. Alguns dizem muito, outros dizem pouco, mas não há os que não dizem nada.
Há quem diga que pessoas são músicas. E isso implica que elas são tocadas de formas diferentes, possuem ritmos diferentes, pode ser harmoniosas ou não, e ainda produzir inúmeras melodias.
Não importa sob que manifestação artística, se por meio da música, pintura, cinema ou teatro. Viver “obriga” conjugar o verbo ARTEAR. [neologismo meramente proposital, por não encontrar na língua um outro léxico dotado de mesma carga cognitiva.]
Artear não significa apenas criar. Significa criar com habilidade, destreza e arte. Pois quem não cria, não faz arte. Quem não faz arte, não faz história. E quem não tem história pra contar, não vive, vegeta!