sábado, 22 de maio de 2010

Face-Saving Act.

"Impregnada de carga afetiva, a face pode ser perdida, mantida ou engrandecida em função de cada tipo de situação e está mais voltada às necessidades de face do outro; raras são as circunstâncias em que as pessoas se preocupam com as suas próprias faces, segundo os autores.

O fenômeno da polidez - em princípio, universal- parece dar conta não só das relações sociais que se estabelecem, mas de maneira como elas ocorrem e se organizam."
[Manual da Lingüística, Martelota. pág 100]





O que as citações supracitadas têm a ver com o post de hoje?

Eu explico:

A intenção não é a de divagar sobre as Teorias Pragmáticas. Seguramente não.
Mas, se é verdade que toda teoria só encontra 'solidez' na sua prática. Então eu, munida da autoridade que me confere (e não a de linguista, ou psicóloga), mas a de 'pessoa,ser,indivíduo'(protagonista e total responsável por meus atos), me faço valer da teoria da polidez para explicar alguns gestos, atitudes, e ações (de curto e longo prazo).

"Os teóricos Brown e Levinson (1987) sistematizam os estudos sobre face na teoria da polidez. Tomam o conceito de face como a auto-imagem pública que qualquer indivíduo reclama para si e apresentam dois tipos de face que se relacionam: face negativa (reivindicação básica para a privacidade e a preservação pessoal, isto é, o desejo da não imposição), que corresponde à polidez negativa, e face positiva (auto-imagem positiva incluindo o desejo de ser apreciado e aprovado), correspondendo à polidez positiva."

*face negativa = neste caso, não quer dizer algo ruim. E sim, reservado.


Com base no argumento posto, admito sim, usar máscaras!
Pois se todo ser humano, segundo os teóricos, têm duas faces. Porque eu fugiria à regra?!

Acontece que sou eu quem decide para quem, o quanto, e se devo ou não, me mostrar. (preservação de minha face negativa). Alguns muitos me têm por amiga, calma, gente boa e super do bem. Masss...
Uma vez pisando em meus calos, você pode se deparar com uma nova situação.
Uma nova situação, repito. E não uma outra personalidade.
Personalidade não é unidade. É o todo!

Não costumo atuar.
Tenho péssima lembrança às vezes que, raramente me permiti. Ou seja, talento nenhum para as artes cênicas em geral.
E isso faz de mim, meu único personagem.

Nunca disse ser politicamente correta.
Logo, não estou nem um pouco preocupada em me retratar ou promover.
Sou um indivíduo normal. Com delícias e imperfeições.
Se tudo caminha bem, mantenho a face.
Se não, 'posso ou não' colocá-la em xeque.

Procuro preservar a minha face, sempre que possível.
Mas não está em meu poderio operar milagres.
Portanto, cuide da sua face e faça por onde manter a minha!! ;)

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