quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Um brinde ao (In)finito.

O ANTES:
[September, 30 th, 2009. 19:00 pm ; UFPB: English Literature II classroom]




"O rose, thou art sick!
The invisible worm
That flies in the night
In the howling storm

Has found out thy bed
Of crimson joy,
And his dark secret love
Does thy life destroy."


[The Rose Sick, poem by William Blake]


***


O DEPOIS:

[Torre's Bar, 30 de Setembro de 2009; 22:00 pm]




À convite de 'parêa', depois das respectivas aulas, fomos papear um pouco numa mesa de bar. Mesmo porque, desde quando as idéias ficam truncadas diante de algumas garrafas de cerveja? [risos..]

O ambiente parecia bastante familiar, aconchegante. Então entramos e procuramos uma mesa mais discreta, acredite!
À parte as possíveis mensagens subliminares quanto a localização da mesa [e era mesmo tão estratégica! kkkk], conseguimos passar 'quase' despercebidos dos olhares suntuosos.

Mas, o que de fato, tem a ver o poema de Blake com isso tudo? ..aguarde!

Nem bem sentamos e já sentimos a atmosfera do lugar.. o clima 'Maysa', vulgo 'fossa sentimental' pairava no ar..
Então o carinha, um bem apessoado e afinado músico-artista, dedilhava gentilmente canções do Chico Cesar, Maria Bethania, Lenine, Zelia Duncan, Cassia Eller, Legião e outras beldades da música brasileira.
O clima era propício, o ambiente também..
Talvez a única incoerência alí fosse eu, aliás, nós: eu e ele.

Há exatamente uma semana, o 'meu mundo caiu'. Literal e metaforicamente, ou vice-versa. Minha fase 'Maysa' era aparentemente visível, e não para mero espectadores, mas para os coadjuvantes [aqueles mais chegados, a quem somente, eu permito participar Co-ativamente da minha vida!]

Tomei um tombo feio da vida. Caí, me feri e na tentativa de sobrevivência, posso ter ferido outros também.. totalmente aceitável. Visto que em um embate, nem sempre os participantes saem ilesos, infelizmente.

A cada acorde do rapaz, minhas feridas sagravam [e eu que já achava ter cicatrizado]. Imaturidade a minha! Como pudera?, essas coisas levam tempos, anos e em alguns casos, a vida inteira!!
Meu semblante triste dava lugar a decepção e meus pensamentos se perdiam entre as dúvidas: 'do que foi' e 'de como poderia ter sido'. Não que isso fizesse muita diferença agora, ainda assim, eu cogitava dentro em mim algumas possibilidades.

Foi quando num ímpeto de destempero [de minha parte, obviamente..rs], parêa me relembrou o quanto eu tinha sido injustiçada, e não que o amor faça vítimas, mas em alguns casos, isso é apenas um mero detalhe.
A intervenção dele me lembrou o que tinha visto algumas horas na aula, o poema "The sick rose" de W. Blake.

Infame pensar que as rosas são 'bio' sensíveis que apenas exalam perfumes.
Elas adoecem..
Não existe morte instantânea. Senão quando fora cortada ou arrancada de seu 'habitat'.

Pensando sobre essas conjecturas, percebi que fazia mentalmente enquanto divagávamos sobre nossos infortúnios amorosos, a real leitura do poema:
Esse 'worm=verme'a quem Blake se refere, pode ser o amado. "the invisible worm", e "that flies in the night", talvez sejam duas realidades dicótomas da personalidade desse ser, que é ora encantador [borboleta], ora predador [verme].
Sobre a segunda estrofe do poema, os versos: "And his dark, secret love" e "Does thy life destroy." concordo inquestionavelmente! E como, não é parêa?!
Não há amor que resista às nuances de um "secret affair"!!
O que num determinado momento parecia discreto e inofensivo, passa à manipulação conscientemente 'dolosa'.

Diante de argutas conclusões e diagnóstico tão preciso, decido seguir deliberada e deliciosamente a vida. Sonhos ainda não são projetos, mas sempre estiveram de vento em popa! E que assim seja, eternamente seja.
Antes sonhador, que 'acomodado'. Tô passando de 'mediocridade' faz tempo! [né parêa?]

E pra fechar as aspas do nosso diálogo 'fermentado', num é que resolvemos pedir músicas. Lá vem o garçom, parêa pede caneta e guardanapo, e escreve o pedido dele. Pra não deixar por menos, resolvi avacalhar e também fiz o meu.
Entregamos e de imediato, os clientes ouvem em plena quarta-feira, a pérola cearense do Fagner:
"Tenho um coração
Dividido entre a esperança
E a razão
Tenho um coração
Bem melhor que não tivera...

Esse coração
Não consegue se conter
Ao ouvir tua voz
Pobre coração
Sempre escravo da ternura...

Quem dera ser um peixe
Para em teu límpido
Aquário mergulhar
Fazer borbulhas de amor
Prá te encantar
Passar a noite em claro
Dentro de ti...

Um peixe
Para enfeitar de corais
Tua cintura
Fazer silhuetas de amor
À luz da lua
Saciar esta loucura
Dentro de ti..."


Santo Dió, composição linda!
[enquanto parêa tinha avcs de risos, eu fazia dueto com o cantor!]
O Fagner não é romântico, brega sou eu. Isso se chama COMÉDIA!

Moral da história: Só rindo muito pra não chorar, né parêa?
ps: obrigada pela força e por ter você comigo em todas as horas viu?!
Adoro kissóh! =**

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