segunda-feira, 29 de junho de 2009

When the tears don't fall.




Há momentos em que a nossa caixa toráxica parece haver diminuído. Ou o órgão vital, imponente e contraditoriamente frágil do corpo, contraí um tipo raro de patologia, cardiomegalia irreversível.
As veias já não o irriga com bons fluídos, porque seus ductos estão obstruídos por blocos lipídicos petrificados. Assim, as artérias se encarregam de bombear sangue venoso que dia e noite o alimenta.
Mas que correlação há entre o sistema "cardiocirculatório" e as glândulas lacrimais?
Simples!
Quando o coração nada sente, são abortados os estímulos nervosos que seriam enviados ao cérebro e consequentemente não haverá produção lacrimogênea.
Pessoas podem ser veias, mas também podem ser artérias. Ou elas te alimenta com coisas boas, ou más.
As gorduras da inveja, da mentira e da mediocridade, quando acumuladas e solidificadas, formando barreiras, podem afugentar bons sentimentos. A partir de então, um coração ligado a esse tipo de vaso, comprometerá toda a corrente sanguínea, e por conseguinte, a funcionalidade do orgão.
Ausência de lágrimas não constitui um diagnóstico, mas certamente é um dos sintomas de coração inchado.
Não sei se há prevenção, mas eu prescreveria uma boa dosagem de pragmatismo sentimental mais entorpercentes anti-depressivos.
E se ainda assim persistirem os sintomas, talvez haja melhor posologia em Exupéry, porque "é tão misterioso o país das lágrimas."

3 comentários:

Anônimo disse...

Because the tears fall?
even with tears wish you all good


Vim lhe ver...
e perguntar o porque não enquadram-se as lágrimas
às vezes é bom que elas caiam
faz bem pra alma...

beijinhos sem lágrimas

Vivianne disse...

Espero que a senhorita submeta-se logo a um tratamento que consiste em colocar um "stent" para bombear o sangue que pulsa o seu coração e que deve estar acumulado em alguma artéria coronariana...

Quem sabe se vc mudar de cardiologista a patologia não some? ;) bjos, shi.

Shi Oliver. disse...

Quando as lágrimas não caem, é sinal de ausência de dor, ou que ela apesar de presente, já tornou-se insignificante.

Vivi, não sei bem se um enxerto resolveria meu problema, mas mudar de cardiologista, talvez sim! ;)