domingo, 31 de agosto de 2008

I'm a moon girl.

"A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz." - Sigmund Freud





LUA ADVERSA
Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é o dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
(Cecília Meireles)



Divagar sobre mim nunca foi algo que se possa dizer muito fácil, portanto, não tenho a pretensão de cá me definir, uma vez que as tentativas anteriores não passaram de verdadeiro fiasco.

Para me entender, é necessário mais do que disposição. O destemido indivíduo precisa ser dotado de qualidades ímpar; versado em matemática, já que me apresento em forma de expressão algébrica, insolúvel e de último grau. Em química, me revelaria numa reação radioativa de combustão espontânea. Na biologia, seria a histologia suprema, ou seja, a célula fundamental do tecido nervoso (neurônio), com as propriedades de excitabilidade e condutibilidade, composta ainda de corpo celular (axônio) e ramificações (dendritos), entrelaçados num emaranhado de células “neurotransmissoras”. Na física, certamente lembraria ‘ilusão de óptica’. E por fim, a astrologia, onde seria um ‘ciclo lunar’ in persona.

Tenho fases.

Mudo a cada estação. E ela é diretamente proporcional aos meus estímulos psicoemocionais, o que implica que a mesma pode durar horas, dias, semanas, ou sequer uma fração de segundos.

Sou capaz de me revelar por inteira em instantes, ou me demorar uma eternidade, e ainda assim não dizer uma vírgula do que realmente é relevante sobre mim. Posso ter crises de riso, seguido da mais impertinente nostalgia. Amar e odiar concomitantemente. Ou ainda me mostrar completamente indiferente, mesmo quando é algo que, indubitavelmente, me apetece.

Sou exatamente assim. Nem mais, nem menos. Um misto de tudo, complicada e perfeitinha!

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